quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Crônica de um reencontro

Na vida dele tudo caminhava de modo comum, com seus altos e baixos, mas comum.
Ela, por sua vez, recuperava a vida que perdeu por algum tempo, talvez por conta de uma escolha errada, mas agora se recompunha para voltar a sorrir.
Ele tinha seu trabalho e atividades. Ela com seus afazeres e estudos. E muitas dessas coisas que faziam separados era algo de gosto comum entre os dois.
Eles se falavam ocasionalmente, gostavam disso, se respeitavam, mesmo que não tivesse dado certo entre eles, mesmo que tudo que soubessem um sobre o outro é que estavam bem.
Houve uma viagem, ela estaria ali, na frente dele, mais uma vez. Ele sabia que seria bom revê-la pelo simples fato de gostar dela. Para ele, o esperado que, porventura pudesse acontecer, eram olhos nos olhos, dois sorrisos, um abraço apertado e as possíveis novidades. E então, ele foi ao encontro dela como um bom amigo.
Ele havia se preparado pouco, mas não sabia disso. Chegou, tocou a campainha e aguardou por alguns segundos com uma imagem já formada de quem ele estava por ver. Ela saiu, pareceu diferente da menina que ele conheceu e, de fato, estava. Ele não soube explicar o que era e nem se deu ao trabalho, estava feliz por vê-la e isso bastava. Pra ele, uma coisa era fato: ela estava linda como nunca.
Ela também parecia feliz, de bem com a vida, conversando, sorrindo. Ele, por sua vez, estava contente por vê-la bem e impressionado com a forma de como o diálogo fluía entre eles, isso o prendeu.
Ela agia como se estivesse em casa, com naturalidade. Ele, de alguma forma, se sentia encantado e atraído, não por beleza, mas por quem ele via e pela sintonia que existia ali. Encantado a ponto de se deixar levar.
Enquanto ela falava, ele olhava seus olhos, seu rosto, sua boca, seu jeito. Ah! O jeito dela, isso era uma coisa que o encantava definitivamente e, como se atraído por algum tipo de gravidade, ele se aproximava dela.
Ela sabia da intenção dele e, de alguma forma, ela não ficou surpresa, como se esperasse por isso, mas ao contrário do que poderia se imaginar, ela não correspondeu. Ele estava por entender o que se passava. E se querem saber, seu maior erro foi pensar que tudo continuava a mesma como antes. Ele sabia o quanto ela havia gostado dele e confiou que algo ainda estivesse ali, dentro dela, mas não estava, ou talvez estivesse, mas ela, diferente dele, soube dominar o que sentia. Enquanto ele se perguntava o por que ela hesitaria, ela o contou a história de como a vida havia sido dura e o quanto ela havia aprendido enquanto ele achava que tudo ia bem. Que ele se sentiu culpado é um fato. Pensou com ele mesmo, onde estava todo aquele tempo em que, talvez, pudesse ser útil pra alguém que era importante em sua vida. Ele se achava bom em dar conselhos, mas quando de fato poderia ser útil, não estava lá.
Ela sabia que não havia sido culpa de nenhum dos dois, e sabia também que ceder ao apelo do beijo não seria mais que superficial naquele momento. Ele entendia, por mais que não aceitasse, entendia que um beijo não faria com que tudo voltasse ao normal, não faria com que as experiências ruins fossem apagadas e insistir no beijo somente por insistir, seria egoísmo.
Ela, por mais que houvesse sido abalada pela situação, se mostrou firme em sua postura e opinião, sem pestanejar.
Ele ainda não sabia, mas cada contato feito naquela noite, cada olhar, cada abraço, mão dadas, ficariam marcados dentro dele.
Na mesma noite, ele confessara que era ao lado dela que ele gostaria de estar e somente dela. Ela insistia no pretérito imperfeito.
Não se sabe o que realmente passou na mente dela nessa noite, quais as reações, quais raciocínios. Ela aprendeu a se guardar, se proteger, talvez até demais, talvez não.
Ele ainda por entender, tão certo de que tudo do passado havia ido embora, ficado para trás e agora essa situação. Então ele supôs que talvez o passado deles houvesse realmente ido embora, era nada mais que lembrança. Agora ela era uma nova mulher, mulher pelo qual ele havia, inconscientemente, novamente, se apaixonado.
Ela havia conquistado novas amizades, novos afazeres, uma nova personalidade, mais forte e mais fria, havia construído um belo escudo em torno de si, se protegia das dores, frustrações, decepções. Mas esse mesmo escudo a impedia de ver os riscos que poderiam ser bons ela se fechou pra ele. Eu poderia ser imparcial, mas acho que ela estava certa, ele, mesmo que inconscientemente, achava que tinha meio caminho percorrido, meio jogo ganho, começou a construir pelas metades quando os alicerces precisavam ser totalmente refeitos.
Ele conseguiu enxergar isso depois de ver que, talvez, já não tivesse mais tanta importância na vida dela. Começou a procurar respostas dentro dele. Por vezes quis se colocar no lugar dela para tentar entender o que causara tanta mudança, e então, ele compreendeu a dor e o ataque sangrento a um ego vulnerável. Conseguiu entender e ter dentro dele a raiva, decepção e mágoa que ela sentiu. Quis ele ser a cura para isso e tentou de um modo um tanto quanto atrapalhado e desastroso, causou efeito, mas pra ela, era um efeito passageiro.
Durante determinado tempo ela havia recebido promessas, palavras carinhosas, olhos nos olhos, músicas, poemas, flores, carinho e um suposto amor. Todos esses quebrados em cacos que não se pôde colar. E então, mais uma vez, ele entendeu que, pra ela, os valores eram diferentes, por que os cacos haviam se quebrado e o que era belo havia sido feito em pedaços.
Ele tinha amigos que a julgavam por ela não corresponder a certos atos que, em outros casos, provavelmente surtiriam muito efeito. Ele sabia que, no ponto de vista deles, eles estavam certos. Mas ela tentava olhar as coisas do modo dela, ele enxergava isso. A única pessoa que ele conseguia culpar era o responsável por fazê-la parar de ver o brilho no que era lindo e de coração. Ele começou a culpar quem simulou a construção de bases sólidas de concreto e no final não era nada mais que uma casinha mal feita de papelão.
Ela já havia dado o veredito e não entendia o porquê ele insistia em entrar com recursos. Na verdade ele também não entendia, queria seguir seu coração, era no que ele acreditava, mesmo sem entender.
Antes que um ponto seja esquecido é preciso ser dito. Por mais que houvesse mais pontos em comum entre eles do que possamos comentar, havia uma dificuldade: distância física. Para ele, só um detalhe, para ela impossível de lidar.
Ela insiste em dizer que precisa de alguém perto, presente. Para ele, o ‘estar perto’ não tinha apenas a ver com o ‘estar ao lado’, mas sim com o ‘estar dentro’.
Ele pode confirmar isso em uma das vezes que se colocou em viagem para vê-la, para dizer o que tinha pra dizer de perto, queria comprovar sinceridade. Ele olhou para o todo da situação e viu que, em todas as tentativas de conversar, não teve mais que alguns minutos sozinho com ela, trinta, talvez quarenta. Percebeu também que mesmo estando ali, perto, ela conseguia o evitar. E então se confirmou: ele não estava dentro dela. Ela estava dentro dele, cravada, e ele havia cometido um erro que há muito tempo não cometia: havia se jogado na possibilidade e agora estava preso ao fato de a querer pra ele. Ela estava distante, mesmo ali, ao lado. Enquanto que, pra ele, mesmo longe, ela estava presente, pois estava dentro dele. E pela primeira vez em muito tempo ele chorou ao perceber a indiferença. Ele gostava da mulher que ela era, mas queria o sorriso e alegria da menina que outrora ele havia conhecido. Não era algo o qual ele precisava se expor, era uma opção dele, por isso não culpou ninguém. De todas às vezes, esse foi o único fato o qual ele não entendeu e nem poderia escrever a respeito mesmo tendo algum talento com palavras. Não entendia como seu veredito poderia ser dado em tentativas de quarenta minutos, com base em um passado que não existia. Ele queria mais, queria passar tempo, queria poder provar que sua companhia valeria a pena.
A não ser por falar de suas teorias ideialistas e cantar suas canções feitas pra ela sem nenhum efeito. Se sentiu preso, preso do lado de fora do abraço. Não teve essa chance.
Ela continuou com algumas lembranças que ele havia deixado, não se sabe o quanto ela pensou a respeito.
Ele queria um tempo pra colocar a cabeça no lugar, tentar esquecer por meio do tempo lhe pareceu uma boa saída. Ler livros, viajar, rever amigos.
Continuou escrevendo pra ele e para que outros pudessem ler e os temas sempre lembravam alguém. Talvez ele quisesse escrever sobre coisas que pudessem ajudá-la a se encontrar também, tentou primeiro compreendê-la para que depois pudesse explicá-la a ela mesma.
Ele, com sérias dificuldades, conseguiu se afastar e disfarçar um pouco do que sentia, ele queria respirar e deixar que ela respirasse, por entendê-la mais do que ninguém, ele se fez forte para agüentar mesmo achando, às vezes, que poderia explodir.
Nesse período, não houve um só dia em que ele não pensasse nela e em alguma forma de fazê-la pensar diferente. Ela estava ali, todos os dias, dentro dele e ele não podia tê-la, não tinha essa permissão. Pra ele tudo se resolveria caso essa permissão fosse concedida.
Soube-se que na última noite ele acordou assustado por ter um sonho ruim, ela estava nos braços de outra pessoa, fisicamente perto, não tão perto quanto ela estava dentro dele, mas ele nada mais poderia fazer, foi um choque.
Pela manhã percebeu que era só um sonho, agradeceu aos céus. Sabia que mesmo fora do sonho tudo que poderia fazer era esperar e, por falar em esperança, se lembrou que era seu aniversário e torceu pra que ele pudesse ter o que, pra ele, seria o melhor dos desejos concedidos: ela.


Vinícius Frade

terça-feira, 1 de novembro de 2011

E as cicatrizes?

Shen: Como encontrou a paz? Eu tirei seus pais de você. Tirei tudo. Eu deixei uma cicatriz incurável.
Po (Panda): A questão é essa Shen. Cicatrizes se curam.
Shen: Não, não se curam. Feridas se curam.
Po (Panda): Tá, e as cicatrizes? Fazem o quê? Somem?! É isso?!
Shen: Não tô nem aí pras cicatrizes.
Po (Panda): Mas devia, Shen. Você tem que deixar o passado pra trás porquê não tem mais importância. A única coisa que importa é quem você vai escolher ser agora.

(Diálogo retirado do filme 'Kung Fu Panda 2')

Pois é, apesar de ter sido retirado de um filme infantil, esse diálogo me chamou a atenção. De um lado Shen tentando entender como, apesar de todos os motivos que tinha, Po havia conseguido encontrar paz interior. Em outras palavras, havia superado seus traumas.
Po continua o diálogo dizendo que cicatrizes se curam, e Shen contra argumenta dizendo que são as feridas que se curam. Então surge a dúvida: 'E as cicatrizes? Fazem o quê?'. Sem nenhuma resposta, Shen ignora o fato das cicatrizes e surge a parte do diálogo que eu mais gosto onde Po fala que o passado deve ser deixado pra trás, porquê não tem mais importância. O que importa é de agora pra frente, o que você escolhe ser a partir de agora.
Com base nisso comecei a pensar: 'Quantas pessoas por aí se deixam ser tomadas por seus traumas, experiências ruins e com base nisso passam a viver o resto da vida, não se desprendem'. Essas pessoas usam como argumento ter vivido uma experiência que as ensinou algo. Mas como usar um argumento desse tipo se quando a situação muda todo o contexto também muda? Como usar uma situação passada para justificar uma escolha presente de contexto desigual? Por isso eu gostei da parte em que o Po fala que isso tem que ser deixado pra trás. Como se fosse não simples né, Vinicius?! Realmente não é. Essas experiências são gravadas em nossas memórias, ferem nosso ego, nossa auto-estima e passam a ser a única referência no futuro, como uma defesa, um escudo. Pra quem acha que isso é habilidade de defesa, de inteligência... cuidado, pode ser uma armadilha. Mas o fato é que você não deve deixar de fazer algo sempre que isso incomodar você, porquê se incomoda é porque ainda dói, se dói é porque a ferida anda aberta. Isso é prisão, é cárcere. Como se libertar disso, então?! Vou tentar parar de argumentar de modo vazio e me atrever (é atrevimento mesmo) a explicar (ou tentar explicar) cientificamente com base em uma teoria chamada 'Psicologia Multifocal'.

Quando alguém tem sua autocrítica e intuição trabalhados essa pessoas consegue explorar melhor sua mente e certamente será mais versátil e flexível pra enfrentar suas dificuldades, conseguirá ver ângulos diferentes de uma mesma situação. Caso contrário seus obstáculos serão gravados de uma maneira supervalorizada por um fenômeno da memória chamado RAM (Registro Automático de Memória). Formando, assim, zonas de conflitos, chamadas na Pscologia Multifocal de janela killer (por esse nome já da pra se ter uma idéia). As janelas killer são pequeníssimas áreas do córtex cerebral e nelas estão arquivadas nossos traumas, fantasias, fantasmas, crises, fobias, ciúmes, sentimentos de inveja, baixa auto-estima, timidez, complexo de inferioridade, de ser perfeito, entre outras coisas. Pra se ter idéia, o volume de ansiedade ao entrarmos em uma janela killer é tão grande que BLOQUEIA o acesso a milhares de outras janelas, impedindo que o 'Eu' encontre informações para construir pensamentos e idéias inteligentes. As janelas killer (ou zonas de conflitos), travam ou bloqueiam os códigos da inteligência, a lucidez, o raciocínio esquemático, a serenidade, a sabedoria, a racionalidade humana. Fazendo com que as escolhas de quem tem um trauma ou experiência não superados sejam, no mínimo, questionáveis.
Por outro lado, temos as janelas light que contêm as experiências de segurança, solidariedade, tolerância, generosidade, os prazeres, autoconfiança, auto-estima, a capacidade de se colocar no lugar dos outros. As janelas light, ao contrario das killer, promovem os códigos da inteligência. Essas janelas da memória são um território de leitura em um determinado momento existêncial (momentos do dia-a-dia, da vida). O seu desafio (e o meu) é abrir o máximo de janelas em um determinado momento gerando respostas lúcidas e coerentes. Entretanto, quando estamos raciocinando e entramos em uma janela killer, as experiências doentias que existem nela geram um volume de ansiedade tão grande que bloqueia o acesso às demais janelas. E assim, reagimos instintivamente, sem realmente pensar de modo inteligente, esquemático e criativo. Passamos a pensar instinto, proteção, de modo frio. Produzimos respostas irracionais, agressivas e débeis. Por exemplo se uma pessoa vê um raio caindo  e não interpretar o código da autocrítica fazendo-se saber que este é um fenômeno natural e filtrar o estímulo estressante (susto) que o raio pode causar, o raio deixará de ser apenas um fenômeno natural e passará a ser um fenomeno sobrenatural, será associado a um deus ou um monstro, gerando superstições, traumas e dogmas. E toda vez que um raio cair, sua janela killer será aberta e sua ansiedade, angustia, susto ou medo será extremamente valorizado por sua mente e o que seria naturalmente um raio passa a ser um 'monstro' ou 'deus'.  Parafrasiei e complementei Augusto Cury, 2008, 'O código da inteligência', pag 34. 

Só há uma maneira de amenizar tudo isso e é treinar e aguçar os códigos da inteligência. Por exemplo se você desenvolve o senso da autocrítica não dará um valor sobre-humano sobre as palavras, imagens ou opiniões de certas pessoas. Eu, Vinícius, por exemplo, descobri que desenvolvi o código da resiliência. 'Vinicius, o que é isso?!'. Vamos recorrer ao Google:  A resiliência é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse etc. - sem entrar em surto psicológico. Pode- se dizer ainda que a resiliência se trata de uma tomada de decisão quando alguém depara com um contexto de tomada de decisão entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer.Essas decisões, propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. Assim entendido, pode-se considerar que a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades.

Ok? Podemos continuar? Então, eu de algum modo, desenvolvi a capacidade de superar certas adversidades e sempre continuar tentando. E esse é só um dos vários códigos que poderiam e deveriam ser desenvolvidos por nós (carisma, altruísmo, autocrítica, debate de idéias, intuição criativa). Pois então, se de um modo científico, pudermos explicar como as feridas são feitas em nós, é esse o modo, essa janelinha no córtex cerebral. Mas então supondo que a ferida se cure e fique somente a memória do que aconteceu, essa memória é a cicatriz e a questão lá em cima feita pelo Panda Po, não foi respondida ainda. 'E as cicatrizes?'. Bom eu diria que as cicatrizes são as marcas necessárias pra lembrarmos o que passamos, mas agora sem dor, sem medo de que algo toque naquele lugar, porque agora já não dói. E então eu, Vinícius, respondo a pergunta do pandinha: as cicatrizes são marcas que nos lembram que ali houveram feridas, mas elas se curaram e estão ali não como trauma, mas como lembrança de que passamos por dores, superamos e pudemos prosseguir com nossas vidas de forma saudável.

Só mais uma coisa, sabendo disso tudo pense bem quando estiver tomando deciões e fazendo escolhas, não use suas feriadas como base, tenha a cicatriz como referência sim, mas não como ponto principal. Aguce sua capacidade intelectual, autocrítica, inteligente e criativa. São esses códigos que vão fazer você analisar o que realmente é relevante.


Agradeço a leitura (:
Vinícius Frade

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O amor de cada um

Como começar a falar de um tema o qual vários pensadores conceituados tentaram definir? Pessoas de renome, escritores, compositores, poetas. E o mais interessante é que dentre tantas opiniões de tais pensadores sempre há peculiaridade, sempre há uma característica única. E sabe por que? Porquê cada um tem sua definição do que é amar, cada um tem suas próprias experiências. Não há maneira de definir o amor senão por experiências próprias. Isso se da ao fato de que as definições dependem de quem as vivencia. É como um cálculo matemático que depende de vários fatores para que o resultado seja exato, ou ao menos correto, sem ser exato mesmo. Imagine você que há quatro tipos de cálculos da mesma espécie, mas os fatores são diferentes, alguns são constantes outros não, pode ser que alguns números sejam inteiros e outros fracionados e provavelmente você tenha que usar um recurso, uma fórmula diferente pra cada uma delas. Isso até que não é complicado, porque a matemática trabalha com exatidão, raciocínios lógicos, e se você domina isso dentro da matemática, tá tranquilo. Já o amor, o sentimento, não há como dominar, mesmo que você tenha passado por algo que te faça dominar seus sentimentos, logo você se apaixona por outra pessoa que requer recursos totalmentes diferentes. Não há regras, receitas, módulos ou fórmulas mágicas que faça com que tudo dê certo. Eu vou tentar te explicar o motivo. Imagine você dois mundos diferentes, cada um com suas culturas, seus gostos, filosofias, hobbies, valores; imagine, também, que de repente, as gravidades comecem a se atrair e esses planetas acabem se fundindo (aham, eu sei que eu viajei legal agora, mas vai fazer sentido, aguenta aí). Pois então, sabendo que são completamente diferentes, qual a possibilidade de essa fusão ser tranquila? Quase Nenhuma! Provavelmente haja luta para que suas culturas sejam impostas, suas filosofias aceitas, suas regras obedecidas e para que o reino mais forte seja estabelecido. Certo, agora passemos isso para outro contexto. Vamos supor que cada um de nós, cada pessoa, seja um mundo desses. Somos criados de formas diferentes, crescemos de maneiras diferentes, temos influências de amigos diferentes, professores, ídolos, experiências... Tudo diferente. De repente você no seu mundo é 'arrastado' pelo 'poder gravitacional' de outra pessoa. E aí? O que acontece?! Aí alguém muito atento pode responder 'guerra', e é uma resposta lógica devido à analogia dada anteriormente. Mas, definitivamente, não é isso, não é guerra. É uma fusão, uma união pacífica. Porquê? Tá ai uma boa pergunta! 'Porquê as pessoas se apaixonam e se gostam, apesar de todas as diferenças?’. Acho que é aí que entra o tal do amor, pode ser até paixão, não é a mesma coisa, mas já é um indício forte. Em meio ao que poderia ser guerra o amor torna pacífico, aceitável e até necessário. O amor ensina a respeitar diferenças, a aprender com o outro e a precisar do outro. E é claro que eu estou falando do que é recíproco, porquê o amor pode machucar também. Já ouviu falar que 'o amor é o fogo'? Pois é, ele pode tanto te aquecer, quanto te queimar. É um risco que se corre quando se expõe ao amor, você fica bobo, sensível, vulnerável, tudo te encanta, por outro lado, se você já foi vitima de sofrimentos em relacionamento você vai ter medo de sentir tudo isso e, no final, se decepcionar. Mas é exatamente esse medo que te impede de se expor, de dizer o que sente, se arriscar. Pessoas deixam de amar pelo simples fato de evitar escolher evitar o sofrimento. Agora eu te pergunto: realmente vale a pena? Vale a pena deixar de sentir, de ter experiências que poderiam ser boas, deixar de sentir o coração bater mais forte, sentir sua respiração ofegante, sentir o riso involuntário quando pensa em quem se ama? Cada um é cada um, mas digo por mim, não vale a pena deixar de sentir tudo isso. Deixar de viver uma experiência pela possibilidade de não dar certo? Ah PARA!  Gosto muito de um trecho de uma canção que diz o seguinte:
‘Se a gente perder, que seja derrota suada, sofrida, roubada, de mão beijada nem a pau.
 Se a gente ganhar que seja vitória disputada, merecida, conquistada, vou pro pau.
 Apostar a parte bacana do Tal do Amor’ (Tal do Amor – Jay Vaquer)

Tem uma outra composição, essa é minha (YEAH) junto com o meu querido irmão Tácio Ferreira que diz o seguinte: ‘Se é pra ser, que seja pra valer’.
Não falo de amor doentio ou possessivo, aliás, isso nem é amor. Eu falo do amor que tem o desejo de cuidar, o desejo de estar ao lado, fazer bem à outra pessoa, mostrar que você pode ser bom. E quando isso não acontece, quando você não consegue, não se culpe. Pior é não ter feito nada pra dar certo, não ter se doado, ter amado pelas metades, ou pior, nem ter amado. Eu defendo o ato de amar, de ter esse sentimento, de vivê-lo. Por mais que pessoas digam que não vale a pena, que não vai dar certo, acredite! Afinal, só você sabe o que realmente se passa dentro do seu coração, quais são suas dúvidas, isso é único, é seu. E essa fato reforça o argumento de que cada bom escritor como Caio Fernando Abreu, Clarice Linspector, Luis Fernando Veríssimo, Carlos Drummond Andrade, entre outros. Cada um desses fala do amor com uma imensa propriedade junto de uma imensa particularidade. Eles falam do amor sim, mas do amor vivido, do amor que vem de experiências pessoas, do amor que cada um deles sentiu. Então não se coloque na frente do computador achando que todas as frases servem pra você, que todas as respostas estão lá ou em livros, revistas, buscas do google. Uma coisa ou outra com certeza pode servir, pode te ajudar a diagnosticar seu sentimento, mas quem, de fato, pode dizer o lugar exato é você mesmo. Olhando, sabe pra onde?! Pro seu 'eu', pro seu interior, seu coração. Ah, outra coisa, não confunda empolgação com amor, é um grande erro. O amor é uma coisa grandiosa que não passa em um mês ou dois, não é algo que se troca como se troca de roupa. Como diz um amigo meu: ‘Tem gente por aí que encontra o amor de sua vida cinco vezes ao ano’. E é um fato, tem gente que simplesmente transpõe o sentimento pra outra pessoa, como se não fosse não, mas que fique claro, esse sentimento não é amor. Isso é coisa de quem não sabe o que quer e não sabe o que sente. Tenha convicção de quem você é e o que você busca. Vale a pena lutar por essa pessoa? Se a SUA resposta for sim, vai na fé!
O que podemos especular a respeito do amor é o resultado final dele. Ele pode ser lindo ou desastroso, isso nós sabemos, são as possibilidades. Talvez saibamos até os processos, mas tem uma coisa que não sabemos: as reações. Sim, as reações. Eu não sou muito bom de química mas sei que elementos diferentes produzem reações diferentes. O amor pode ser um elemento em comum o problema é o outro elemento com o qual ele terá reação: nosso coração. Cara coração é única e enxerga de maneira única, eu não posso dizer que a reação em você será a mesma que foi em mim, é diferente. Eu por exemplo me disponho a arriscar pelo que penso valer a pena. Se eu cair, fazer o que? Eu me levanto. A partir do momento que você deixa de se expor você também abre mão de coisas incríveis. Se você se esconde dentro de uma caverna você pode se sentir protegido e seguro, mas vai perder a beleza do que existe lá fora. E eu posso afirmar, por mais que, no final, não seja como pensei, eu faço minha trajetória valer a pena. Enquanto pessoas por aí preferem se esconder atrás de racionalidades, lógicas, conceitos sociais, e pré conceitos sobre o amor, eu penso ser um erro querer rotular e explicar que vai além da nossa compreensão. E outra coisa, pedir opiniões p\ra se situar diante de relações é comum. O que não é comum é você ignorar o que sente pra ouvir a opinião alheia. Gosto muito de uma frase do Steve Jobs:

"Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior.
E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar." 

'Seu coração e sua intuição', alguém ai discorda? E olha só, se no final o resultado não for o esperado esteja certo de que você lutou até onde pôde,  se dispôs. Esteja certo de que seu percurso não poderia ser diferente e que, indepentendemente dos resultados finais, você deu seu melhor. E da próxima de o melhor de si novamente. E quando der certo, aí sim, você vai entender porquê sempre valeu a pena tentar. Não se importe com a opinião alheia. Como disse Arnaldo Jabour : Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo.  O que as outras pessoas realmente vêem? A não ser que você tenha um amigo muito sensível a você, que tenha realmente empatia quanto ao que você sente, essa pessoa não vai entender. Isso não quer dizer que seja um amigo ruim, aliás, não quer dizer nada. No final das contas quem tem que saber o que sente e o que quer é você, e só você.
Citando Arnaldo Jabour novamente:

Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo", então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz’.

E, se cabe um último conselho, aí vai um de Caio Fernando Abreu:

‘Escolha, entre todas elas, aquela que seu coração mais gostar,
e persiga-a até o fim.
Mesmo que ninguém compreenda
’. (C.F.A)  

(Ele é bom, né? Eu sei) Mas é realmente assim que eu acho que deve ser.
E se você quer realmente acreditar em uma fórmula mágica, acredite no seu melhor, acredite que você foi até onde pode e deu tudo de si. Se existe uma fórmula, acredito ser essa.
O resto deixe acontecer ; )

Vinícius Frade

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Tu te tornas eternamente responsável...

Ontem a noite estava eu em meu quarto refletindo sobre essa frase que já ouvi e li em diversos lugares: 'Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas'. Quanta verdade há nessa frase, né?!  Quão profundo é esse pensamento! Eu, sinceramente, gostaria de pegar na mão do autor, dar uma abraço nele e dizer 'você é o cara'! 
Talvez no tempo em que ele tenha escrito isso fosse mais comum se responsabilizar pelo sentimento cativo das pessoas e, talvez por isso, ele tenha tido esse claro raciocínio.
Bem, na verdade eu não sei qual a ocasião, então, deixemos isso de lado. Agora vamos esclarecer algumas coisas que andam acontecendo e que têm me deixado um tanto quanto inconformado.
Hoje tudo é muito fácil, 'vamos praticar o desapego' diz alguém por ai, 'vamos curtir o momento' diz outro, e existem aqueles que não querem mesmo se envolver pelo medo de se expor, pelo medo de se machucar. Tudo bem, eu até respeito, é uma escolha sua e não minha. Desde que você seja sincero com quem vai se envolver e a outra pessoa aceite isso, é problema dos dois. Agora, o que eu não respeito é o fato de alguém armar uma tremenda situação pra se dar bem, se fazer lobo em pele de cordeiro só pra conseguir o que quer. Me deixe, por favor, definir uma pessoa que age assim: vagabundo, mau caráter, canalha, sujo e outras palavras de baixo calão que poderiam, com certeza, estar aqui.
E então nesse momento você deve estar pensando: 'Nossa, como esse menino tá revoltado'. Então eu pergunto também: E não é pra se revoltar? Pessoas têm cativado sentimentos, emoções, confiança de outras pessoas pra tirar-lhes o que possa ser de seu interesse e depois descartar como se fosse nada! NADA!
Então pra você que é um irresponsável e nunca parou pra pensar o que é cativar, aí vai:

 '(...)Que quer dizer cativar?
    - É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
      Significa criar laços...
'
   (Trecho retirado do livro 'O Pequeno Príncipe')


E pra você que é mais desinformado ainda e não sabe o que é 'criar laços' eu dou minha definição. Criar laços, nada mais é que você se 'amarrar' a outra pessoa, como se fossem ligadas de alguma forma, você se apega a ela e ela se apega a você. Partindo do princípio de que tudo esteja claro, vamos continuar.  E antes que você leia e pense: 'nossa, ele ta revoltado porquê isso aconteceu com ele'. Não, não aconteceu! Mas eu tenho visto acontecer e não é apenas um caso ou dois.
Quanta irresponsabilidade uma pessoa pratica com esse tipo de ato? É um atentado à emoção, aos sentimentos, à psique. É um ato imoral diante da pessoa vítima e de quem a cerca. Como se não bastasse prejudicar apenas uma pessoa você prejudica o meio em que ela vive. E sabe porquê? Porquê ela foi cativada. Ela criou laços, ela se ligou em outra pessoa, se apegou a ela. E sabe onde está o maior problema disso tudo? Existiu uma pessoa irresponsável que permitiu que a outra acreditasse nessa história. Esse tipo de pessoa costuma simular tudo como um relacionamento de verdade, e o pior, torna tudo que deveria ser especial sem valor nenhum, palavras de amor, carinho, afeto, presentes. Tudo isso perde o valor por serem palavras vazias, atos vazios, e isso só pra conseguir o que realmente interessa, seja status, dinheiro, sexo. E o pior é que realmente consegue o que quer até se cansar e ir embora, assim, de repente, da noite pro dia. E sabe porquê é tão fácil? Porque essa pessoa que vai embora assim, nunca esteve envolvida de verdade, na essência. Ela não criou laços, apenas dexou a outra pessoa os criar. Covardia! Nem homem nem mulher que se preze tem esse tipo de atitude. As vezes acontece, eu sei, sem querer. Mas quem premedita isso não é nada mais que covarde. Lógico que tem que haver o bom senso da outra parte também. Tem gente que tem escrito na testa 'eu sou cafajeste e vou te enganar'. Mas o fato é que no final quem foi vítima sai machucada, desacreditada, sem esperança no amor ou sem acreditar em coisas que podem dar certo, se fechando pra relacionamentos que poderiam valer a pena. E novamente vem a dúvida na cabeça de alguém: 'E você Vinícius? Faz tudo certo?!'. Olha, se eu faço tudo certo eu não sei, mas quando eu erro, erro tentando acertar. Já fui o cara que não quis nada mais sério, mas eu deixei a outra pessoa ciente disso e já fui o cara que deixou de ficar com alguém que tava muito afim porquê sabia que isso faria a outra pessoa criar laços e se machucar, eu abri mão do que poderia ser prazeroso pra mim pra preservar a outra pessoa. Então, sou livre dessa culpa. Diante de tudo isso, se você se acha esperto(a), faz com que pessoas se apaixonem por você e abandona depois, eu vou te dizer: Vôcê é covarde, dissimulado, fraco e extremamente egoísta. Você fez pessoas pensarem que você estaria ali como apoio, como uma rede pra poderem se jogar e quando elas se jogam, não tem nada, não tem ninguém ali. Você fez a escolha de não se envolver, encare o fato e mantenha as pessoas informadas. Você pode destruir as expectativas e perspectivas de alguém e isso é triste. Não emperre o caminho de quem tá disposto a tentar de verdade. Se você faz alguém acreditar que pode contar com você, então você é responsável por essa pessoa até que ela deixe de pensar assim.
Seja responsável com suas atitudes. Sentimentos doem quando não cuidados, afetam a auto-estima, afeta quem realmente ama a pessoa que sofre. Isso deveria ser crime por lei.
Se você começou errado e ainda da tempo de consertar, faça isso, vale a pena. Esteja disposto a cuidar do que você cativou. Assim como um jardineiro está disposto a cultivar a semente plantada a qual torna uma linda flor que passa a crescer e ser linda e viva a cada dia.

'(...)Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas'
 
(Trecho retirado do livro 'O Pequeno Príncipe')


Vinícius Frade

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Olhando Pra Você - Análise

Essa é a letra de uma das músicas da banda Drive, um amigo a postou no facebook e eu parei para ouvir. Claro, eu já tinha escutado muitas vezes, mas nenhuma delas com uma empatia tão grande pela letra como dessa vez. Tanto que até resolvi escrever a respeito.
Vamos analisar a composição, porquê é disso que se trata esse texto. Pra começar: o cara se dispôs a escrever isso para alguém ou por alguém; possivelmente é um sentimento expressado através da canção. Quantas pessoas não se sentem assim e gostariam de conseguir traduzir isso? Convenhamos, ele foi bem sucedido ao se expressar. 
Vamos ao que interessa:

Olhando pra Você - Drive

'Perco tempo e faço coisas que você parece nem notar
Tantos planos e outra vez eu vou embora sem saber o que falar
Talvez eu seja só um novo amigo, talvez eu queira te levar comigo
 Pra bem longe daqui onde nem o céu seja o limite

Esperei o tempo falar por mim
Coisas que eu não sei dizer olhando pra você

Sei que vejo você de um jeito que ninguém consegue enxergar
Tantos planos e outra vez eu vou embora sem saber o que falar
Talvez eu seja só um novo amigo, talvez eu queira te levar comigo
Pra bem longe daqui, Onde nem o céu seja o limite
Esperei o tempo falar por mim, Coisas que eu não sei dizer olhando pra você'


O que uma pessoa está disposta a dizer, a viver, ou se submeter por conta de sentimentos por outras pessoas? Na realidade, que força é essa que fica apertando seu coração, mexendo com sua cabeça e te incomodando para que algo seja feito a respeito? Nós somos capazes de correr riscos e perder tempo mesmo que a outra pessoa nunca note isso. Talvez até note, mas ela nunca vai saber a profundidade daquele ato expressado. Ela estará enxergando uma espécie de fruto enquanto a raiz está profunda e escondida lá dentro. Quantas vezes planejamos dizer palavra por palavra na frente do espelho ou até mesmo durante o percurso do encontro e quando chegamos ao destino: NADA! Isso mesmo, não sai NADA. Sabe-se lá se é porquê o coração já está a ponto de saltar pela boca e atrapalha o tráfego de palavras ou se é porque os olhos da outra pessoa te encantam de tal forma que o que você ia dizer simplesmente some. Quem sabe, também, seja pelo fato de você só querer estar ali e dizer qualquer outra palavra poderia estragar tudo?! Quer saber a resposta certa? Eu também. E sabe qual a melhor maneira disso acontecer? Tempo! Pois é, o tempo esclarece certas coisas, pelo menos esfria. E quando se está frio você pode tentar digerir melhor. Seu coração já não está mais saltando pela boca e sua razão está recuperada, pois é, agora já se pode analisar toda a situação. Só há uma frustração: se o sentimento era de verdade, você não vai conseguir definir nem agora  nem depois. É assim mesmo, tem coisas que não cabem às palavras, cabem ao sentimento, àquilo que é abstrato. Como o fato de o autor saber dizer: 'Sei que vejo você de um jeito que ninguém consegue enxergar'. E é isso mesmo minha gente! Suas perspectivas mudam, seu olhar analítico muda, tudo muda. Sabe por que? Porque agora toda vez que você pensa ou vê essa determinada pessoa - é essa mesma que você pensou sem ao menos eu citar o nome - pois então, toda vez que você a vê seu cérebro vai processar as informações comuns e adicionar os 'plugins' (Plugin - extenção, complemento, etc), referentes à essa tal pessoa. E só você tem esse plugin, só você sabe como a enxerga, como cada defeito está no lugar certo e como você gostaria, profundamente, do fundo da sua alma, poder expressar isso. Sim, pois se a pessoa soubesse o quanto esse sentimento é genuino, ela iria ser contagiada por ele e, no mínimo, daria a atenção adequada. Aaaah se fosse simples assim! Mas não é. E retomando o texto, a música trata disso: do sentimento que se tem, da atitude que se espera. O que deixa tudo mais difícil é a parte de colocar tudo a perder, ninguém quer arriscar perder. E a nossa única solução é seguir esse conselho e esperar que o tempo revele todo o resto: 'Esperei o tempo falar por mim, Coisas que eu não sei dizer olhando pra você'.

Eu não sei de qual lado você está, talvez você esteja do lado que quer mostrar, do lado que sente. Quer um conselho? Analise. É um risco, pode dar certo, pode não dar, mas se valer a pena, corra o risco. Se no final o investimento não tiver dado certo, você vai ter a cabeça tranquila de ter dado o melhor de si. Agora, se você está do lado em que existe alguém olhando nos seus olhos e não consegue dizer quase nada, de alguém que quando te abraça você sente que essa pessoa está te dando muito mais que um abraço, ATENÇÃO! Há coisas que devem ser valorizadas, e com certeza essa pessoa que está te oferecendo isso abre mão de muitas coisas para estar com você, luta pra fazer oportunidades acontecerem. Essa pessoa tem uma vida, amigos, atividades e entre milhares de coisas ela está dando prioridade a você. Isso deve signiicar algo. Pense nisso.

Termino aqui minha análise sobre esse tema. Que fique claro, tudo que está escrito aqui é só o que eu penso. Você tem todo o direito de discordar ou abraçar a causa.

Abraço


Vinícius Frade

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Qual o romance que você procura?

Todo mundo quer alguém que lhe conceda atenção sincera em todos os aspectos, claro. Mas neste caso sejamos bem específicos: Romance.


As pessoas, em geral, vivem reclamando de solidão, carência, falta de alguém que valha a pena. Mas afinal, o que é esse 'valer a pena'? Quais características, qualidades e até defeitos precisa ter uma pessoa pra que ela se encaixe nesse conceito? Além disso, porquê apesar de toda definição, todo esse padrão pré-estabelecido, tudo continua sendo tão relativo?
Eu diria que todo o conceito real foi desfigurado. Desfigurado pela necessidade de não estar sozinho, pelo meno de terminar sem ninguém, ou simplesmente porquê o romance já não tem mais o mesmo valor, foi banalizado.


Hoje em dia ninguém quer ou tem paciência para viver boas e belas histórias de amor, sendo tomados por sentimentos verdadeiros, intensos. As pessoas simplesmente querem viver. E pode ser de qualquer jeito mesmo.
A idéia que passam é que ninguém mais quer saber como o outro se sente. É mais ou menos assim: Eu te uso, você supre minha carência e cada um segue seu rumo depois. Claro que as coisas não são ditas de maneira tão sincera, às vezes a situação é até maquiada com sedução e mentira, como um vampiro querendo sugar sua vítima. Vivemos a era do egocentrismo. As pessoas só querem saber o que interessam à elas e ponto.
A verdade é que ninguém consegue viver como uma ilha, sozinha, separada de todo resto. Precisamos uns dos outros, mas só buscamos aquilo que nos interessa. Seja amizade, relacionamentos superficiais ou só manter contato com alguém pelo que ela representa socialmente (popularidade, beleza, status financeiro).
Onde fica a busca pelo complemento pessoal? Por aquilo que nos faz bem de forma natural? Por aquilo que nos satisfaz não pelo que tem ou representa, mas pelo que é.
Muita gente se acha 'predador', por conseguir vários relacionamentos a curto prazo. Mal sabe esse tipo de pessoa que ela vai se tornar a maior vítima da história.
Sem valores morais e éticos, edificamos relações sem alicerce. E quer saber? Uma hora a casa cai! 




Eu não termino por aqui, mas por hoje é só.


Continua...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Dar a outra face é coisa pra covarde! - Será?!

Eu não pretendia iniciar minhas postagens com textos de terceiros, mas senti a necessidade de postar esse texto abaixo pra que nós possamos refletir sobre nossos valores quanto às situações que nos confrontam. Leia o texto abaixo e reflita sobre essa grande verdade:

'Dar a outra face não é sinônimo de fragilidade, mas de força. Não é sinônimo de estupidez, mas de lucidez.
Dar a outra face é um símbolo de maturidade e força interior. Não se refere à face física mas à psíquica. Dar a outra face é procurar fazer o bem para quem nos decepciona, é ter elegâcia para elogiar quem nos difama, altruísmo para ser gentil com quem nos aborrece. É sair silenciosamente e sem estardalhaço da linha de fogo dos que nos agridem. Dar a outra face previne homicídios, traumas, cicatrizes impagáveis. Os fracos se vingam, os fortes se protegem.'

Trecho do Livro: O Vendedor de Sonhos


Qual a nossa posição diante de tudo isso? Até ler esse texto eu ainda tinha dúvidas se é realmente correto dar a outra face. Não podemos ser movidos por orgulho, auto-piedade esperando ser paparicado. Isso quando não esperamos pedidos de desculpas pra, aí sim, podermos humilhar essa pessoa.
Olhe pra dentro de você mesmo, do que você sente falta. Seu orgulho te alimenta ou tira forças de você?
Fraco é aquele que não tem coragem de encarar seu orgulho e barreiras pra admitir que dar a outra face é a melhor e talvez única solução. Atravesse suas fronteiras e paradigmas.
Lembrando que dar a face não é ser tolo, como diz o próprio livro antes da citação acima:

'Ser um ser humano sem fonteiras não é ser ingênuo nem colocar a vida em perigo desnecessariamente'

Se você não estiver correndo risco de vida, e não estiver sendo ingênuo tá liberado. Dar a outra face, perdoar, amar quem nos decepciona só nos fortalece enquanto o orgulho só afasta quem deveria estar ao nosso lado. Cada ser humano é um universo infinito de sentimentos, emoções, sensações, pensamentos, acertos e erros.
E temos aquela conhecida frase: 'Em algum momento vamos ser magoados por alguém que amamos, cabe a nós decidir por quem vale a pena suportar a mágoa'.

E na maioria das vezes vale a pena. O perdão purifica quem perdoa e quem é perdoado.

Gostei muito de uma frase que li: 'Já não quero ter razão, só quero paz'. E nós? Escolhemos a razão ou a paz?


Você pode ser forte admitindo suas lágrimas ou pode se fingir de forte enquando seu coração é punido em silêncio. Mas cá pra nós, quem se finge de forte além de não se isentar da dor, só vai ter o consolo do seu travesseiro. Quem sai na pior?

Lembre-se: Quando nossos olhos julgam, nosso coração é que é condenado.


Pense nisso!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Introdução ao Blog

Até que enfim consegui montar o o tão esperado blog (esperado por mim). Sempre quis ter onde escrever, compartilhar alguns pensamentos. Então aqui estou. Vou tentar atualizar sempre que possível.
Outra coisa que eu quero dividir com vocês é que foi muito, MAS MUITO difícil encontrar um nome pra esse blog e com a ajuda de alguns amigos cheguei a esse nome. Eu queria algo que tivesse a ver com a maneira que eu vou abordar os assuntos.
Então só pra vocês entenderem minha escolha:

Cotidiano: aquilo que se faz ou ocorre todos os dias, constantemente. (comer, dormir, falar, tomar banho)

Inconstante: adj. Volúvel, pronto a mudar.

Então de modo simples, vão ser abordados assuntos do cotidiano e tentar enteder o porquê certar coisas são tão complicadas e inconstantes.
É uma proposta, isso não quer dizer que eu não aborde outras.

É isso aí gente. Sejam bem-vindos, espero que gostem.

Até mais ; )